Abro os olhos.
Que merda de dor de cabeça.
Não sei onde estou. Tudo escuro, frio, faz muito frio aqui.
Levanto, começo a caminhar. Não consigo enxergar nada em lugar nenhum. A escuridão é imensa. Trevas mesmo.
Ouço barulhos. Correntes? Gritos de pessoas? Gemidos?
Corro em direção a isso. Preciso descobrir algo sobre este lugar estranho.
Corro muito, mas nunca consigo chegar a lugar nenhum. Os gritos e ruídos continuam. Que porra de lugar é esse? O que aconteceu?
Sento novamente. Preciso me lembrar do que aconteceu.
O frio é imenso, parece uma navalha cortando meu corpo.
Algumas lembranças começam a vir, momentos que antecederam o que está acontecendo agora.
Cheiro forte de maconha. Lembro disso. Bebidas, risadas, rostos amigos.
Música, boa música, Slayer. A música... deixa eu forçar mais a memória... Bloodline. Isso, Bloodline. Grande música.
O copo passa por todos nós, assim como o baseado.
Tem outra coisa que está passando também, mas não consigo ver direito o que é.
É um objeto metálico.
Mas o que seria?
Forço mais a memória... Isso, é o 38 de meu avô.
Ele passa por todos nós. Escuto diversos clics, risadas e mais risadas.
Ele chega em minhas mãos. Acabam aqui as lembranças.
Será que... Não, isso não.
Levanto, recomeço a caminhar. Uma sensação de vazio começa a me preencher.
Continuo escutando lamúrias por todos os lados, mas não consigo chegar a nenhum lugar.
Paro...
Sinto uma corrente elétrica muito forte passar por meu corpo e um puxão. Resisto. Mais isso agora... Choques elétricos e puxões.
Continuo caminhando.
Novo choque, mais forte. Outro puxão. Mas que merda, me deixem em paz. Resisto novamente.
Começo a ouvir outras vozes, distantes.
Novo choque fortíssimo. Outro puxão. Dessa vez fui arrastado. Levando novamente para outro lugar. Apago.
Abro os olhos.
Olho para os lados, tudo branco, estou deitado. Vejo meus pais sentados.
Merda, retornei.
Acordei novamente para a merda de minha vida.